Por todos os lados que andamos encontramos cactos semelhantes aos que temos no Nordeste brasileiro, só que muito mais altos (vimos alguns com mais de 3 metros de altura) e com maiores circunferências. Aqui são chamados “cardones”. Passeando pelas lojinhas de artesanatos ainda em Salta, comecei a observar objetos de um tipo de madeira que, apesar de dura, apresentava uns espaços abertos, como se tivessem feito uns furos oblongos. Eram caixinhas, molduras para quadros, depósitos para levar o mate. Curiosa, perguntamos a uma senhora que madeira era aquela tão interessante. E ela nos disse: cardones. Mais uma vez, cara de espanto. Então aquelas plantas “suculentas” se transformavam em uma madeira assim tão dura? Foi uma surpresa.

Não soube exatamente qual o processo de endurecimento, se se dá no envelhecimento da planta ou se ela é submetida a algum procedimento especial. O fato é que vimos exemplares ainda no solo e já totalmente ressecados.

E vimos que a madeira não é usada somente para objetos decorativos, mas também em construções. A igreja católica de Tilcara tem o madeirame de seu teto em tabuas de cardone, o púlpito é em cardone e até o painel onde está o Cristo crucificado. Pena que os objetos sejam tão mal acabados e sem originalidade. Acho que, do ponto de vista do artesanato, o cardone ainda é um material a ser descoberto criativamente.


