Na nossa última viagem, quando fomos a Cafayate, em Salta, Argentina, aprendi um termo do linguajar dos enólogos que não conhecia: vinho boutique. São vinhos de pequena produção, quase artesanais e muitos deles com cultivo orgânico dos vinhedos. Portanto, não são vinhos que vamos encontrar facilmente no Brasil. Em Cafayate provamos o Nanni, aqui provamos o Matetic.
Fazia parte do nosso tour que se iniciou com a Isla Negra, e como era o dia de nosso aniversário, a complementação das emoções de Neruda com um vinho de qualidade, foi perfeita.
Matetic (que se pronuncia “Matetich”) é um vinhedo orgânico que trabalha com a filosofia biodinâmica. Não é utilizado nenhum pesticida ou agrotóxico, as uvas são selecionadas manualmente e não são prensadas, mas decantadas. Eles foram os primeiros a trazer para o Chile a uva Syrah.
Nossa visita foi bastante interessante, mas, como sempre, o melhor foi a degustação. Provamos o Syrah, mas para mim o marcante mesmo foi um Sauvignon Blanc, com aroma intenso de maracujá. Uma verdadeira delícia. O guia era um sujeito extremamente simpático e como no grupo os únicos a falar português éramos nós, ele pediu ajuda a um chileno que havia vivido na Bahia e arranhava o nosso idioma. Bom, foi mais fácil tentar entender o ingles do guia do que o português do chileno. Era engraçado, o cara falava um monte de coisa e ele nos traduzia apenas as duas ultimas palavras. Deve ter visto que não é fácil fazer tradução simultânea.
Ainda provamos um Pinot Noir servido em pequenos copinhos de chocolate, que, obviamente, voce come ao final. E saímos de lá com algumas “botellas” debaixo do braço.
Uma consideração sobre “Uma visita ao vinhedo Matetic”