No caminho para Sibiu pernoitamos em Sighisoara, que vem a ser a cidade onde nasceu o conde Vlad. Mas não creio que esse tenha sido o real motivo de pararmos aqui. Sighisoara é a cidade onde começamos a notar a forte influência alemã nessa parte da Transilvânia. Segundo nossa guia essa região toda foi habitada originalmente pelos Dácios e, em seguida, pelos cavaleiros teutônicos que aqui permaneceram por séculos. A influência dos teutônicos, pelo que observei, se dá na arquitetura – as casinhas me lembram muito Blumenau – e na religião, quando deixamos de encontrar igrejas ortodoxas e passamos a encontrar igrejas protestantes.
A cidade é pequena, mas tem uma cidadela medieval no seu centro, que é muito gracioso. Ladeiras, ruas estreitas, casinhas lindas que são cafés ou restaurantes, enfim, todas aquelas coisas que eu adoro. Único problema: começou a chover.
À noite tivemos um jantar em um dos restaurantes ditos medievais decorado com imagens do conde Vlad, armas, mesas e cadeiras rústicas. E aí começou verdadeiramente a chover. Raios, trovões, ventania. Lá fora tudo deserto, o vento forte varrendo as folhas das calçadas e os relâmpagos riscando o céu. O cenário não podia ser mais propício. Para completar, nosso retorno a pé para o hotel exigia que passássemos por umas escadarias de pedras em uns becos escuros. Um cachorro negro começou a nos seguir. Olhe, não sei se foi encenado, mas se não estivéssemos em grupo tinha dado medo.